SÉRIE FATOS: O espetáculo da vida

O espetáculo do mau. Todo dia assistimos, querendo ou não, a celebração do que é trágico. Vivemos um tempo de dor e tristeza que se apresenta diante de nós num grande show, um show de horrores.
De repente, terremoto no Japão. Vemos ao vivo as mais espetaculares imagens, as mais perfeitas, pois são catástrofes reais. No Rio de Janeiro, tragédia numa escola em Realengo. Um assassino ceifa a vida de 12 crianças. Na TV, imagens dos acontecimentos. É apresentado, o perfil do psicopata, a história da sua infância, sua foto é estampada em revistas e jornais e a vida de um monstro é narrada em pormenores. Assistimos a dor das famílias e toda a dramaticidade dos fatos. É a glamurização do mal. ---- Todo dia, em pauta, algo mais trágico busca nos surpreender.
É fato que vivemos dias maus. Um dos mais antigos e célebres livros já previa  isso, a Bíblia sagrada. Todas as religiões profetizaram o que hora vivemos. Não podemos fechar os olhos a nossa realidade. Mas até quando vamos viver essa realidade como se ela fosse uma novela, um filme que se apresenta na nossa frente, onde nós somos protagonistas e coadjuvantes verdadeiros?
É preciso um novo foco sobre a realidade. Nessa queda de braço entre o bem e o mal, precisamos nos comprometer a puxar a corda pro outro lado, e ombro a ombro e a favor da vida. Nessa nossa realidade trágica somos arrastados para o limo do conformismo. Tudo é normal e aceitável. Vivemos torcendo para que não sejamos atingidos por ela, o próximo da vez na tragédia de cada dia. Tragédia essa que será amplamente divulgada em sons e imagens na tv, rádio e internet. Porém, esse inimigo, visível e real, presente a nos assombrar diariamente tem que ser vencido.
Como fazer isso? Há muitas maneiras de tentar evitar, amenizar e chegar próximo de superar o mal que nos afronta. Porém, precisamos começar por valorizar a vida. Uma campanha para a celebração do que é bom. Uma mudança de postura ante ao terror. Vamos cantar diariamente tudo o que possa nos trazer alegria. A sociedade como um todo precisa se colocar de forma proativa diante do mal que nos afronta. Vamos buscar notícias que edifiquem princípios salutares. Noticiar as verdades boas. Mostrar imagens, as mais bonitas. Incentivar o amor e a bondade. Ao acordar pela manhã vamos ter como hábito a entonação de palavras positivas. Vamos ter como cultura o sorriso, o abraço, o beijo e a demonstração de afeto escancarada aos nossos filhos, filhas, esposas, maridos, namoradas, namorados e amigos e cumprimentar até quem não conhecemos. Nas escolas, vamos ensinar o que é certo e bom e incentivar a ser feliz. Vamos lembrar a todo instante a importância que cada um tem. Vamos orar. Acreditar em Deus e na bondade. Cantar louvores a Deus. Não ter o hábito de criticar, mas sim, o da compreensão. Vamos sair pra nos divertir, somente se divertir. Ir ao cinema para dar risadas. Vamos dançar e cantar na rua e em qualquer lugar, sem constrangimento. Vamos fazer do que é bom um espetáculo diário em luz e cores.
Nesse grande teatro da vida, precisamos assumir a direção do espetáculo e fazer do bem o protagonista, reduzindo o mal a um reles personagem, que faz parte da história, mas, não é o que mais aparece. Será possível? É uma utopia? Depende de nós. Ou mudamos nosso comportamento diário buscando supervalorizar a vida no que ela tem de melhor, ou vamos viver vítimas dos assombros do que é ruim, pacientes das doenças da dor e do sofrimento das tragédias de cada dia. Esse inimigo que contamina, influencia e hipnotiza as pessoas, cada vez mais angariando seguidores e criando adeptos de uma seita sem templo ou denominação, mas que cada vez mais se propaga. Vamos dar as mãos em uma só crença, a do amor e caminhar juntos num só propoósito, uma só filosofia, a de uma vida com esperança e alegria. Vamos participar dessa corrente do bem. Como diz o pensador: “O fantasma só existe e nos assusta se acreditarmos que ele nos fará mal, se o enfrentarmos com fé, é ele quem se assusta com a nossa força e foge!”.

Alex Gomes
15 abr 20011
  

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