SÉRIE POEMAS CONTEMPORÂNEOS: A verdade


Pois, eu sei,
Você sabe,
Todos nós sabemos
O que todo mundo sabe,
Que a verdade dos fatos está de baIxo da versão de quem conta,
Sob a ótica de quem quer convencer,
Sob a passividade de quem quer acreditar,
De acordo com o interesse de quem quer saber.
A verdade depende de quantas vezes a mentira é dita até convencer,
Depende do que se dispõe a acreditar,
Da doutrina que se quer seguir,
Do que se precisa aceitar para sobreviver.
A verdade é fé!
A verdade é esperança!
A verdade é preceito!
A verdade é escudo!
A verdade é esconderijo!
A verdade é alvo!
A verdade é instrumento!
A verdade é manipulada!
A verdade é usada!
Mas o que é mesmo a verdade?
É a nossa verdade,
A verdade de cada um,
A verdade dos acontecimentos em um determinado momento.
É o que se pode saber,
É o que não se deve conhecer,
É o que nunca se vai saber,
É o que se especula,
É o que se distorce,
É o que está à frente de nós e não vemos,
É o que está evidente, mas não queremos acreditar,
É o que é óbvio e não queremos aceitar,
É o que está oculto,
É o que está claro.
A verdade é terrível, e as vezes insuportável.
A verdade se esquece e se perde com o tempo.
A verdade é desculpa.
A verdade é justificativa.
A verdade eu não sei,
Você não sabe,
E muitos de nós não sabem
E nem todo mundo vai saber.
Alex Gomes
11novembro 2011

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