Hoje não... hoje não quero.

Penso nas palavras que eu digo e quero que ecoem, mas que não voltam.
Penso nas palavras que disseram e eu não consegui ouvir.
Será que o caminho é bonito? Não consigo sequer admirá-lo.
Nunca estou aqui... somente ali ou acolá. Ontem ou amanhã.
Hoje... o hoje não me interessa.
Talvez o hoje doa demais...
Ontem ou amanhã... eles sim... são só possibilidades.
O hoje não posso mudar.
O ontem eu posso... sim, eu posso, porque eu retiro dele somente aquilo que mais me agradar e esqueço o restante.
O amanhã? Ah... quanto potencial.
Mas, hoje... hoje não... hoje não quero.
Quero dormir e acordar lá bem longe.
Ficarei nesse ínterim, ente o ontem e o amanhã, no lugar onde as vacas voam, onde há um boi em meio à guerra em castelhano, na fronteira do pavor traçada em círculos, no sorriso de que todos dizem, nas cores miradas... sibilas...
Mas, hoje, hoje não... hoje não quero. Vou lá para dentro, contaminar-me com as cores.
E o caminho... esse sim... bonito? Nunca vou saber... ele não vai parar.
Irene Canadinhas

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